terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Mais um pôr do sol


Há mais coisas entre o céu e o mar do que supunha a nossa vã filosofia... sonhos que existiram somente para serem sonhados, sorrisos que ficaram ali eternizados, acordes que ecoaram breves e agudos, a fúria e a calmaria de um mar, o alaranjado infinitamente azul do céu, histórias distintas, diversas, compartilhas e partilhas, que foram cruzadas, que se entrelaçaram para aproveitar o há de melhor na juventude: a espontaneidade! Olhares que provocam risos, risos que atraem olhares. A vida que pulsa sem qualquer pressa de chegar, sem saber nem ao menos aonde chegar, e que se alimenta de amor, dor, música, poesia e umas boas gargalhadas.

Paz. Ficar em paz, estar em paz, com a alma tão imensa ao ponto de não suportar mais o limite do corpo e esta fulgir lhe pelos olhos, provocando um brilho tão intenso, uma radiação de alegria tão contagiante, que não é possível delimitar nem unindo todos os léxicos existentes para as melhores descrições.

Esquecer do tempo ao seguir o vento. Enxergar o banal com olhos de criança, ávidos e descrentes. Reafirmar os votos de um credo e de uma tradição. Ter nas mãos, mesmo que por instantes, tesouros antigos, raros, encapados com couro, tendo letras douradas e folhas amareladas e com uma capacidade de folho-transporte tão impressionante, a qual te tira facilmente da realidade e te leva para uma irrealidade confortável.

Quanto cabe numa tarde de novembro? Ah, bem mais do que num ano inteiro!

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